O ex-vice-presidente norte-americano Mike Pence prometeu que “os melhores dias da maior nação do mundo ainda estão por vir”, num vídeo divulgado esta semana para lançar a sua candidatura à indicação republicana para as presidenciais de 2024 dos Estados Unidos.
“Tempos diferentes exigem uma liderança diferente”, afirmou no vídeo Mike Pence, que foi vice-presidente durante a administração de Donald Trump (2017-2021).
O vídeo foi divulgado pela televisão norte-americana Fox News e pelo Twitter horas antes do evento inicial de lançamento da candidatura em Des Moines, capital do estado do Iowa.
“Hoje, o nosso partido e o nosso país precisam de um líder que apele, como disse Lincoln, aos melhores anjos da nossa natureza”, declarou.
Embora seja “fácil ficar à margem, não foi assim que fui criado. É por isso que hoje, diante de Deus e da minha família, anuncio que estou a concorrer à Presidência dos Estados Unidos”, declarou o antigo vice-presidente.
Mike Pence é mais um entre os vários candidatos à indicação do Partido Republicano às presidenciais de 2024 nos Estados Unidos, que inclui o ex-presidente Donald Trump, que lidera nas primeiras sondagens sobre a intenção de voto, e o governador da Florida, Ron DeSantis, que permanece em segundo lugar nas sondagens.
Estão ainda na corrida à indicação republicana a ex-embaixadora nas Nações Unidas Nikki Haley, o senador da Carolina do Sul Tim Scott, o ex-governador de Nova Jérsia Chris Christie, o ex-governador do Arkansas Asa Hutchinson e o governador da Dakota do Norte, Doug Burgum, que também hoje lançou a sua candidatura.
Mike Pence será o primeiro vice-presidente da história moderna a enfrentar o seu ex-parceiro de Governo, Donald Trump.
Pence e os seus assessores veem o Iowa – o estado que dará os primeiros votos do calendário de indicações do Partido Republicano – como chave para o seu potencial caminho para a indicação presidencial.
Neste estado, uma grande parcela de eleitores são cristãos evangélicos, um eleitorado que seria naturalmente inclinado para Pence, um conservador que apoia a proibição nacional do aborto e frequentemente fala sobre a sua fé.
A sua assessoria pensa que Pence, que esteve no Congresso representando o Indiana e foi governador do mesmo estado, seria uma boa escolha para os eleitores do Iowa.
A campanha de Pence também testará a inclinação do partido por um candidato socialmente conservador, bem-educado e profundamente religioso, mostrando se ainda tem futuro político depois do 06 de janeiro de 2021, quando os apoiantes de Donald Trump invadiram o Capitólio, em Washington.
Os apoiantes de Trump acreditaram nas mentiras espalhadas pelo ex-presidente sobre uma alegada fraude nas eleições presidenciais de 2020 e que Pence tinha poder para rejeitar os resultados do sufrágio, do qual saiu vencedor o então candidato democrata e atual Presidente Joe Biden.
Pence é visto pelos críticos de Trump como cúmplice das suas ações mais indefensáveis e difamado pelos partidários de Trump como um traidor e recolhe sobretudo avaliações desfavoráveis.
Uma sondagem da televisão CNN, realizada no mês passado, apontou que 45% dos republicanos e independentes com tendência republicana disseram que não apoiariam Pence sob nenhuma circunstância. Apenas 16% dos entrevistados disseram o mesmo sobre Trump.
Pouco depois de deixar o cargo, em junho de 2021, 86% dos republicanos de Iowa disseram ter uma visão favorável de Pence. Mas uma pesquisa do The Des Moines Register/Mediacom Iowa Poll, realizada em março, mostrou que este número caiu para 66%.
Apenas 58% dos evangélicos de Iowa disseram ter opiniões favoráveis em relação a Pence – um número dececionante, dada a estratégia da sua campanha.