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Portugal e França nunca estiveram tão próximos

Hermano Sanches Ruivo, vereador da Câmara de Paris com o pelouro da Europa, considera que Portugal e França nunca “estiveram tão próximos” e que estão a trabalhar de forma “concreta” para atingirem os seus objetivos na esfera europeia.

“Os dois países nunca estiveram tão próximos em centenas de anos. Não sei se conseguimos encontrar no passado um momento em que os dois países tivessem uma relação tão concretamente boa”, disse o vereador de origem portuguesa em entrevista à Agência Lusa.

O eleito local começou em julho do ano passado o segundo mandato no executivo de esquerda liderado por Anne Hidalgo e, tendo a pasta da Europa, considera que os dois países estão a trabalhar de forma concreta já que, apesar de a presidência do Conselho da UE pertencer agora a Portugal, a França ocupará esse cargo em janeiro de 2022.

“Precisamos de mais trabalho, menos fotografia e aí é que vemos que Portugal, apesar de ser um país mais pequeno, tem o mesmo nível de organização e trabalho que a França. Os dois estão a trabalhar de forma concreta porque nestes anos marcados pela crise é preciso existirem presidências fortes que chegam aos seus objetivos”, sublinhou.

O vereador da capital francesa considera ainda que as prioridades da presidência portuguesa para um projeto europeu resiliente, verde, social, digital e global vão ao encontro das expectativas de uma cidade como Paris e que o objetivo é que a Europa passe a olhar para as cidades de forma diferente após a já anunciada Cimeira Social no Porto, em maio de 2021.

“Temos muito interesse no plano de recuperação, em fazer avançar o papel das cidades e ver se conseguimos no Porto que algo mude em relação ao tratamento das cidades no seio da União Europeia”, referiu.

A recente deslocação a Bruxelas, em que Anne Hidalgo e Hermano Sanches Ruivo se encontraram com vários membros da Comissão Europeia, incluindo Elisa Ferreira, comissária para a Coesão e Reformas, trouxe “boas notícias” paras as cidades europeias que mais precisam de acesso a fundos comunitários.

“A boa notícia é que estamos a avançar para um reconhecimento, mas ainda não pode ser feito ao mais alto nível porque os Estados não pensam da mesma maneira. […] Anne Hidalgo quer, claramente, e tem essa capacidade de assumir uma espécie de liderança sobre esse combate a nível europeu”, disse o vereador.

Se o vereador considera que em muitos dossiers Portugal pode avançar, em temas como o acordo comercial do Mercosul, em que há oposição francesa, tem mais reservas.

“Os dossiers Mercosul não devem avançar muito mais nesta presidência e não sei se neste momento é a prioridade das prioridades. Mas é, de facto, um dossier em que Portugal tem algo a dizer”, concluiu.

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