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Português assume comunicação da Igreja no cantão de Friburgo

João Carita, 35 anos, natural do Cacém, está emigrado na Suíça há 12. Desde janeiro de 2024 que o jornalista luso é o responsavel de comunicação da Igreja Católica no cantão de Friburgo.

Licenciado em 2011 pela Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa, ainda antes de ter terminado o curso já trabalhava, ora pelo mundo da rádio, “a grande paixão”, ora pela comunicação institucional da diocese de Lisboa – tendo sido um dos obreiros da operação da comunicação da vinda do papa Bento XVI a Portugal (Lisboa, Fátima e Porto) e do movimento Eu Acredito, em 2010.

Em 2012, a crise que se instalou em Portugal “aliado à precariedade dos ‘falsos’ recibos verdes” forçou João Carita a deixar o país para se mudar para a Suíça acompanhado daquela que é hoje a sua mulher, uma das muitas enfermeiras portuguesas que emigrou também nessa altura. “O início não foi fácil porque o único conhecimento de francês que tinha era da escola secundária, portanto respondia ‘oui, oui’ a tudo, mesmo sem ter compreendido metade”, confessou ao BOM DIA.

Começou por trabalhar no bar de um salão de jogos e karts, passando pelos seguros enquanto mediador, até que apareceu o convite para integrar, de maneira profissional, a equipa da missão portuguesa do cantão de Fribourg para se ocupar dos jovens, do crisma e da catequese.

João Carita não parou. Formou-se em teologia durante os três anos ao serviço da missão portuguesa, até que o responsável da Igreja no cantão de Friburgo o convidou a integrar os serviços centrais, primeiro na formação de adultos, depois na juventude, até se juntar à equipa de comunicação em setembro de 2019.

Em menos de cinco anos, fruto da vasta experiência e da sua aptidão multimédia, já que é capaz de criar todo o tipo de conteúdo em imagem (foto e vídeo), audio, texto ou mesmo na concepção de design visual e gestão de redes sociais – “o verdadeiro canivete suíço” – diz, foi convidado a assumir a responsabilidade de uma equipa de quatro pessoas e de toda a comunicação institucional da Igreja católica no cantão de Friburgo, que tem ainda a complexidade de ser bilingue francês-alemão.

Para João Carita, a sua função é mais do que um “mero trabalho, é uma vocação”. Na sequência dos escândalos dos abusos sexuais que também abalaram a Igreja suíça (“mais de 1000 casos desde os anos 1950”, recorda), a Igreja perde fiéis a cada dia que passa e as mais diversas instituições tentam afastar-se nas relações com a instituição. “É urgente mudar o rumo das coisas e, reconhecendo todo o mal que a Igreja e os seus membros possam ter feito ao longo dos anos, mostrar que na sua maioria, os cristãos demarcam-se dos demais pelas suas atitudes para com o seu próximo, porque reconhecem nele, aquEle que os anima: Jesus Cristo”, confessa entusiasmado. 

Neste momento este português emigrado na Suíça tem pela frente mais um desafio: aprender alemão » e garantir que “a Igreja comunique de maneira mais jovem, transparente e sem tabus”. 

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