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Prémio Nobel da Paz diz que vacina dever ser bem comum da Humanidade

Muhammad Yunus, prémio Nobel da Paz, defendeu hoje em entrevista ao jornal do Vaticano, ‘L’Osservatore Romano’, que a futura vacina para a covid-19 deve ser um “bem comum”, disponível de forma universal.

“Repito este apelo através de vós, a fim de pressionar os governos a fazer esta declaração o mais rápido possível: fazer da vacina para a covid-19 um bem comum mundial. Peço ao Papa Francisco que apoie esta iniciativa com a sua poderosa voz”, refere.

O economista, considerado o “pai do microcrédito”, assinala que as empresas que estão a desenvolver a vacina têm recebido fundos governamentais e contributos das universidades, a nível do conhecimento.

“As empresas podem ser pagas para tornar a vacina um bem comum global, mas a propriedade deve pertencer ao povo, não a uma empresa. Deve ser um bem ‘open source’, para que possa ser produzida em qualquer lugar, por qualquer pessoa, respeitando todos os requisitos regulamentares. Se quisermos torná-la acessível às pessoas em todo o mundo ao mesmo tempo, a vacina deve ser produzida em todo o mundo”, sustenta Muhammad Yunus.

O Nobel da Paz de 2006 alerta para o risco de “produção e venda de vacinas falsas”, em particular nos países mais pobres.

Ana Maria Restrepo, uma das responsáveis pela área de investigação da OMS, afirmou que não há ainda previsão sobre quando existirá uma vacina, o que “depende de fatores que não podem ser antecipados”.

Atualmente, há 17 vacinas de quatro tipos diferentes em várias fases de ensaios clínicos, indicou.

A 3 de maio, no Vaticano, o Papa pediu um esforço internacional para encontrar vacina e tratamentos que ajudem a travar a pandemia. “É importante, de facto, que se coloque ao dispor de todos a capacidade científica, de modo transparente e desinteressado, para encontrar vacinas e tratamentos, garantindo o acesso universal às tecnologias essenciais que permitam a cada pessoa contagiada, em qualquer parte do mundo, receber os cuidados sanitários de que necessita”, apontou.

Muhammad Yunus elogia o impacto global do discurso do Papa e considera que o pós-pandemia exige uma verdadeira “economia social”, que inclua o “interesse coletivo”.

 

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