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Salão tirou dúvidas a quem quer estudar em Portugal

© Maria Miguel Cunha / BOM DIA

Portugal esteve representado no Salon Partir Etudier à l’Etranger, através da associação de jovens Cap Magellan, em conjunto com a Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro (UTAD) e com o Instituto Politécnico de Bragança (IPB). Segundo o embaixador de Portugal em França, José Augusto Duarte, que esteve presente, estudar em Portugal é “apostar na competitividade”, e para o diretor-geral do Ensino Superior português, Joaquim Mourato, “um lusodescendente não é um estrangeiro que chega”, “há ali algo mais”.

Ao longo do fim de semana, o Salon de l’Étudiant levou milhares de jovens à Place de la Porte de Versailles, em Paris, que às 10h00 de sábado já faziam uma longa fila à espera da abertura do evento de promoção do ensino superior em França, mas também no estrangeiro, com o Salon Partir Etudier à l’Etranger a ocorrer enquanto parte do evento principal.

A representar Portugal por entre os mais variados países e instituições de ensino de todo o mundo esteve o stand da associação de jovens Cap Magellan que, segundo a sua secretária-geral, Alexandra Rosa, veio para “responder ao máximo de perguntas ao máximo de estudantes”, assim como trazer a presença da UTAD e do IPB, de forma aos estudantes “terem a possibilidade de encontrar as instituições diretamente”, explica.

O embaixador de Portugal em França, José Augusto Duarte, que esteve presente na cerimónia informal de inauguração do stand da Cap Magellan, assegurou que este é um evento “muitíssimo interessante” sendo que há um número crescente de portugueses em França que vão estudar a Portugal “mas não só, temos alguns milhares de franceses que também vão estudar a Portugal”. 

A seu ver, “todos os grandes investidores em Portugal fazem um investimento em Portugal porque consideram que os jovens portugueses, formados nas Engenharias, nas Tecnologias, em Direito, em Sociologia, nas universidades portuguesas têm uma qualidade do melhor que há na Europa”. Por essa razão, “se os jovens portugueses que vivem em França tiverem mais noção dessa alta qualidade, sabem que estão a apostar na sua competitividade”, explica.

Segundo Alexandra Rosa, essa divulgação tem sido uma das principais missões da Cap Magellan, que se tem ocupado da promoção da “quota 7%”, um contingente especial criado para os candidatos emigrantes portugueses, familiares que com eles residam e lusodescendentes, com 7% das vagas fixadas para a 1.ª fase do concurso nacional e 3,5% das vagas fixadas para a 2ª fase. 

Por sua vez, os estudantes que chegaram ao stand procuraram saber mais sobre como podem aceder a uma área de estudos específica do seu interesse, quais os documentos e provas de ingresso necessários para a sua candidatura ao ensino superior português, assim como quais os custos associados aos estudos e vivência em Portugal.

Este foi o caso da Meline, uma estudante lusodescendente de 17 anos, que nasceu em França, filha de pais portugueses com família na Guarda, mas que quer ir estudar Gestão e Economia para Lisboa. 

“Acho que Portugal é um país maravilhoso. Eu gosto muito da cultura, das paisagens, da língua… de tudo!”, diz em entrevista ao BOM DIA. Meline vive perto de Paris, cidade com alguma da maior e melhor oferta de faculdades da Europa na sua área de interesse, mas a qualidade de vida em França é algo que não a atrai a ficar: “eu posso estudar aqui, tenho a minha mãe aqui em França, eu moro aqui, mas para mim esta não é uma vida correta para viver”. Prefere ir para Portugal, atrás de um estilo de vida onde considera que “as pessoas são mais felizes”.

Na ótica do diretor-geral do Ensino Superior português, Joaquim Mourato, “falar de lusodescendentes a regressar a Portugal para estudar é algo que ultrapassa largamente o ensino superior. É qualquer coisa muito mais ampla, muito mais integrada, e que nos sabe muito, muito bem”, confessa.

Para Joaquim Mourato, “um lusodescendente não é um estrangeiro que chega. Chega ao seu berço e é acolhido no berço que lhe pertence. O lusodescendente traz sempre um laço, um sentimento, uma procura de afetividade diferente, e eu acho que quem está em Portugal e recebe um lusodescendente também o acolhe dessa forma. Há ali algo mais”, diz em entrevista. 

Segundo o mesmo, “não se trata só de um processo de ensino e aprendizagem, trata-se de um projeto cultural, um projeto social, que é muito importante e muito valorizado por ambas as partes”.

A deputada eleita pelo círculo da Europa, Nathalie de Oliveira, que também esteve presente no evento, refere ainda a questão de muitas vezes o ir estudar a Portugal poder representar uma oportunidade para jovens que possam ter menos acesso aos estudos que pretendem no seu país de origem, pela competitividade das médias que obtêm no final do ensino secundário, e mais oportunidades em Portugal através do contingente que lhes é reservado.

Para a deputada, esta possibilidade pode ser “importantíssima” por “regressaram, de certa forma, ao país de origem, e conseguirem um nível de formação excelentíssimo”, com as vantagens de muitas vezes já terem família ou amigos no país e conhecimentos da língua.

Maria Miguel Cunha / BOM DIA

O Instituto Politécnico de Bragança (IPB), uma das instituições de ensino presentes no evento, explicou que muitos dos estudantes lusodescendentes que procuraram o stand vieram acompanhados pelos pais, estando “muito interessados em voltar”.

“Muitos deles acham interessante estudar em Portugal”, explica a representante do IPB, procurando saber também sobre as áreas, o processo de candidatura e o custo de vida. Também há o receio de não falarem bem, ou escreverem em português, ponto que, segundo o IPB, “é ultrapassável”.

Já a Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro, explica que tem ainda a vantagem de estar localizada numa região “que tem uma emigração muito importante não só em França, mas também na Suíça e no Luxemburgo”, e que por essa razão irão também estar nesses países de forma a “proporcionar aos lusodescendentes que querem estudar connosco em Portugal a possibilidade de conhecerem as nossas oportunidades”.

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