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Um Estado sem Governo

Na tradicional conceção de Estado incluímos três elementos: o povo, o território e o poder político. A afirmação da soberania de qualquer Estado tem presente estes três elementos. Importa, por isso, no contexto do desmoronamento das balizas democráticas atuais e perante o crescimento do apoio eleitoral a soluções populistas e extremistas, vincar a necessidade de um Estado forte, coeso e ao serviço dos cidadãos. Um Estado que se apresente como a salvaguarda dos valores fundamentais da sociedade Portuguesa. Um Estado presente, onde realmente importa!

As forças políticas têm de ser claras quanto ao modelo de Estado que defendem e em que áreas deve estar presente. Ao longo dos últimos anos temos assistido a uma degradação dos vários serviços públicos, sendo de destacar o clima de guerra que se vive no setor da saúde, a incapacidade do Governo de determinar uma política de educação inclusiva, inovadora e que valorize a ação dos Professores, o continuo desrespeito pelas forças de segurança e o abandono do Interior.

Estas são áreas fundamentais para a afirmação da soberania do Estado e onde as pessoas esperam que o Governo não falhe. Infelizmente a realidade tem sido outra. Perante a falência do Serviço Nacional de Saúde, o abandono e a estigmatização do Interior, a ausência de alternativas de habitação e transportes nas áreas metropolitanas, o reduzido crescimento económico, quando comparado com a média Europeia, a subsistência de uma política de baixos salários e um Primeiro-ministro que foge sempre que a tragédia bate à porta, importa agir e contribuir para uma alternativa de governo democrática e patriótica.

Estamos perante um Estado Omnipresente no haver e ausente do dever, demonstrando ser eficiente apenas numa tarefa: a cobrança de impostos. O Governo transformou-se no moderno “cobrador do fraque”, sem em contrapartida fornecer serviços públicos de qualidade e em todo o território nacional.

Ao longo da sua história o País e os Portugueses sempre souberam ultrapassar as inúmeras adversidades. É a fibra do Povo Português que constitui o elemento cimeiro do Estado, a base que sustenta toda a realidade social, cultural e económica. Ao Governo compete não falhar na defesa do território e na adoção de políticas que promovem um crescimento harmonioso de todo o país, naquele que constitui o segundo elemento do Estado. Nesta visão tripartida o poder político constitui o terceiro elemento, no entanto, perante o desencanto dos cidadãos com os seus representantes e com os diversos órgãos de soberania, importa pugnar pela credibilidade no exercício de funções públicas. É o mérito e a defesa intransigente do bem-comum que deve balizar a ação dos nossos representantes. Esta mudança de paradigma é crucial para a defesa da Democracia, num momento em que as ameaças do populismo e das soluções extremistas se fazem sentir por toda a Europa.

O país não pode ser governado ao sabor dos interesses partidários, nem condicionado pelo calendário eleitoral. Ao Governo exige-se sentido de Estado, na defesa dos reais interesses dos Portugueses. Ao Primeiro-ministro exige-se que conheça o país real e contribua para a resolução dos problemas que emergem diariamente na sociedade. É a debilidade do poder político que tem colocado em causa a coesão do Estado.

O caminho só poder ser um: a ação política centrada no bem-comum, na dignidade da pessoa humana e na defesa de um Estado eficiente nas suas funções. Um caminho que valorize a nossa história, as nossas tradições e valores e que ouse abraçar o futuro e os desafios da modernidade. Um caminho que faça emergir um Estado das Pessoas para as Pessoas.

 

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