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Vigília da JMJ teve um milhão e meio de pessoas. Um recorde nacional

© Lusa

O Papa Francisco disse este sábado à noite que a alegria é missionária, é para os outros, e que a única situação em que é lícito olhar de cima para baixo para uma pessoa é para a ajudar a levantar-se. “A alegria é missionária. Não é so para mim, é para levar aos outros”, afirmou Francisco, na vigília, no Parque Tejo, perante um milhão e meio de pessoas. Nunca nenhum evento em Portugal juntou tanta gente.

Na sua intervenção na vigília, em que voltou a improvisar e a falar em espanhol, o Papa alertou que “a única situação em que é lícito olhar uma pessoa de cima para baixo é para ajudá-la a levantar-se”.

Num discurso em que interpelou várias vezes os jovens, arrancando-lhes respostas em uníssono, o Papa conseguiu mesmo, a seu pedido, uns minutos de silêncio.

Pedindo “um segundinho” de silêncio aos presentes para olharem para trás e verem o que já receberam, lembrou que houve pessoas que “foram um raio de luz”, dos pais aos avós, dos catequistas a religiosos, amigos a professores.

“Eles são as raízes da alegria”, apontou, destacando que essa alegria não é “do momento, passageira”, nem “está fechada na biblioteca, embora seja preciso estudar”.

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Para o Papa, a alegria “não deve estar guardada à chave, tem de se procurar, de se descobrir”, de dar aos outros, instando os jovens a serem também eles, “para os outros, raízes de alegria”.

Questionando os peregrinos se já se cansaram alguma vez, Francisco reconheceu que quando tal sucede não há “vontade de fazer nada”.

“Não temos vontade de continuar e abandonamo-nos, deixamos de caminhar e caímos”, continuou.

O líder da Igreja Católica perguntou depois aos presentes se, quando uma pessoa cai na vida ou tem um fracasso, isso significa que já deixou de existir, arrancando um forte “não!”.

Perguntando-lhes o que é preciso fazer, respondeu com eles: “Levantar-se”.

Depois citou os alpinos, segundo os quais o que importa não é evitar cair, mas sim não permanecer caído, frisando que quem permanece caído “reformou-se da vida, fechou a esperança e fica lá, caído no chão”.

Francisco questionou depois o que fazer quando se está perante um amigo caído, respondendo “levantá-lo”.

“Quando temos de levantar ou ajudar uma pessoa a levantar-se, olhamos de cima para baixo. O único momento em que é lícito olhar uma pessoa de cima para baixo é para ajudá-la a levantar-se”, destacou, criticando quem olha “por cima do ombro, de cima para baixo”.

“É este o caminho. A constância de caminhar. E na vida, para alcançar as coisas, temos de treinar”, adiantou, admitindo que por vezes não há vontade de caminhar ou de fazer esforços.

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Estabelecendo um paralelismo com o futebol, Francisco, que gosta da modalidade, notou que por detrás de um golo “há muito treino, por detrás do êxito há muito treino”.

“Na vida nem sempre podemos fazer aquilo que queremos”, disse, para salientar, de novo: “Mas se cairmos, levantamo-nos”.

E isto “aprende-se com os pais, os avós, os amigos, quando vamos de mãos dadas”, adiantou, acrescentando que “na vida nada é grátis, tudo tem de ser pago”.

“Só uma coisa é gratuita, o amor de Jesus”, salientou.

No final, o Papa retomou o tema da JMJ – “Maria levantou-se e partiu apressadamente”, inspirada no Evangelho de São Lucas, quando Maria soube que Isabel estava grávida e foi ajudar a sua prima, para dizer: “Com vontade de caminhar, caminhemos em esperança, olhemos para as nossas raízes e vamos para a frente. Sem medo. Não tenham medo”.

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